Encontrar Força Interior Através do Yoga

Desde cedo na minha vida ouvi a frase “corpo são em mente sã”. Que um não pode estar bem se o outro estiver mal.

Cresci a acreditar que mover o corpo é tão importante para o equilíbrio e para a saúde como comer de forma correta. “Sem exercício e sem uma alimentação equilibrada o corpo fica fraco e adoece”, dizia-me o meu avô. Fazer exercício físico, tal como lavar os dentes, sempre fez parte da minha rotina diária.

Quanto à mente, fui ensinada que uma mente focada exige deitar cedo e cedo erguer, dormir 8 horas, cumprir as responsabilidades na casa, estudar, ler, aprender, ter boas notas, nunca chegar atrasada a nenhum compromisso, comer bem, sem excessos e sempre à mesma hora, portar bem e não causar confusão.

Sobre as Emoções

Sobre bem-estar emocional ou espiritual a minha família não sabia falar. Mostrar emoções como frustração, tristeza, raiva nunca me foi ensinado nem tão pouco permitido. Emoções positivas eram bem recebidas desde que não manifestadas com demasiada excitação. Ninguém à minha volta sabia lidar com emoções. Se havia um pico emocional a calma era logo pedida e a solução era o tempo. “Com o tempo tudo passa” ouvi muitas vezes. Decisões aceitavam-se as racionais nunca deixando que a intuição interferisse. Tudo funcionava na perfeição enquanto se cumprissem estas regras.

Esta educação deu-me um “doutoramento” em rotinas e regras de boa conduta que me serviram muito bem nas coisas práticas da vida. Eram visíveis os bons resultados na escola, no desporto e mais tarde no trabalho e na vida certinha. Quem via de fora podia ter a ideia de equilíbrio e confiança. Não eram tão visíveis, os medos, as inseguranças nas relações e os ataques de raiva que aconteciam em ambientes muito íntimos. Não era visível a falta de propósito e esperança na vida nem a tristeza profunda.

Que inseguranças e medo podia eu ter se tinha tudo na vida? De onde vinha a tristeza?

Autenticidade vs. Ligação

Faltava-me ligação comigo própria. A ligação com a minha verdade e com a pessoa que tive de mascarar para não perder a segurança e amor dos outros. Faltava a ligação que tanto se ouve falar de mente-corpo-espírito.

Quando reprimimos emoções desde cedo, perdemos AUTENTICIDADE. E fazemo-lo em geral para não perdermos a LIGAÇÃO E O AMOR de quem amamos (pais, avós, amigos, professores ou outros cuidadores). Para não perdermos esse amor, criamos uma PERSONA que seja aceite e que se encaixe no amor dos outros. Começamos aí a perder a ligação com quem somos de verdade, começamos a viver a mentira e a dissociação interna. Perdemo-nos e nós próprios. Quando perdes quem és, perdes o teu PODER, a tua AUTO-ESTIMA e o teu centro.

Eu perdi tudo isso e julguei-me. Achei que não era merecedora de mais e que não tinha recursos para ser melhor. Achei-me um caso perdido.

Se te identificas com a minha história, se, sem saberes bem porque, sentes tristeza, falta de propósito ou estás constantemente doente, presta atenção! Talvez seja o teu corpo ou a tua mente subconsciente a dizer que é tempo de mudar. Que precisas de parar, escutar e resgatar o teu verdadeiro EU.

Parar para Escutar

Em primeiro lugar deixa-me partilhar um facto que me ajudou a perceber que não era nem maluca, nem um caso perdido. 

A criação de muros e a dissociação são mecanismos úteis de defesa e proteção que servem quando não temos acesso a outras ferramentas. Servem o seu propósito durante uma fase das nossas vidas. Servem para nos proteger. E isso é brilhante. Temos a capacidade e a inteligência de nos proteger a nós mesmos. 

O que acontece é que chega a uma altura da vida que estes mecanismos são desnecessárias e só atrapalham. Tu sabes quando chega essa altura porque o teu corpo te dá sinais. Pode ser tristeza, falta de propósito ou mesmo doenças que não fazem sentido.

Se te sentes assim, fica sabendo que não é o fim. É o princípio. É uma morte e um renascimento. A Persona que criaste morre e nasce uma outra mais bonita e mais verdadeira.

Comecei a minha primeira jornada de procura do meu EU aos 32 anos. Essa longa jornada de autoconhecimento que exige que pares e que sintas tudo aquilo que evitaste sentir durante anos. Que te voltes a conhecer. Aquela jornada que te exige o trabalho diário de amor próprio até conseguires transformar todo o drama e a tristeza em aprendizagem e força interior.

Cultivar Força Interior e Auto-Estima

  • Força interior é a força da alma, o fogo que vem de dentro;

  • É a capacidade de observar os pensamentos e emoções sem julgar;

  • É a capacidade de no meio da insegurança e do medo, responder com sabedoria e compaixão e não reagir impulsivamente;

A prática de yoga ensina-te a escutar o teu corpo, o teu coração para que não te dissocies dele. Ajuda-te a enraizar e a confiar de novo em ti próprio. Ensina-te a criares fogo interno e a abrires o coração a todas as possibilidades.

O processo de construção da força interior é semelhante ao da força física, exigindo treino, dedicação e disciplina.


“Uma mente disciplinada leva à felicidade, e uma mente indisciplinada leva ao sofrimento.”

— Dalai Lama


Como Cultivar Força Interior e Amor Próprio?

Força Física

Pensa na força física como um portal para a tua força interior. Quando manténs o corpo forte, estás a construir e a fortalecer o 'recipiente' que contém energia. Quando os músculos estão fracos, a energia desaparece. Quando eles são ativados ativas também uma série de hormonas que te dão a sensação de bem-estar.

Fortalece teu corpo físico e terás mais força interna. Pratica todos os dias o movimento no corpo nem que seja por 10 minutos. Faz yoga, caminha, dança ou faz qualquer outro exercício físico que te dê prazer.

Força Mental

Nos dias de hoje somos forçados a fazer várias tarefas ao mesmo tempo e ainda nos vangloriamos ao dizer que somos multi-task mas a verdade é que não somos. A nossa mente está preparada para fazer uma coisa de cada vez e quando está dispersa, os pensamentos comportam-se como macacos a saltar de galho em galho. A nossa energia fica dispersa e perdemos concentração e foco.
Quando praticas yoga, aprendes a manter posturas desafiantes, onde tens de enfrentar emoções e a resistir ao primeiro impulso de desistir. Isso constrói força interior, trabalha a autodisciplina e a força de vontade!

Força Emocional

Durante a prática de yoga e de meditação és guiado para observar a respiração e quando o fazes ficas ligado ao momento presente. Silencias a mente, e podes observar e escutar. É nessa altura que te dás oportunidade de te conheceres.
Tens espaço para observar as tuas histórias, as tuas crenças e a tua conversa interna. Aprendes a conhecer-te melhor e a desenvolver amor próprio e compaixão pela tua história. Quando te amas, estás em harmonia com o mundo, amas os outros e sentes que pertences a algo maior que tu próprio. Que mais precisas para sentires poder interno e confiança?

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Quer sejas iniciante ou já tenhas experiência com Yoga, este desafio é para ti!

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